Setor calçadista quer crescer pelo menos 3% em 2018

A informação foi dada pelo presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, ao jornal DCI, durante a Couromoda, em São Paulo. Segundo o executivo, o setor espera ao menos repetir em 2018 o resultado de 3%, alcançado em 2017.
Apesar da volta do crescimento no ano passado e da expectativa de ampliação da exportação, o mercado brasileiro de calçados avança com cautela no ritmo de produção, por conta dos feriados, da Copa do Mundo e das eleições, que podem impactar a demanda.
Importação
O setor espera que ao longo do ano também ocorra uma alta das importações, alavancada por um possível aumento da demanda por bens de consumo e pela taxa de câmbio favorável. Até abril, a Associação deverá divulgar os resultados consolidados, que devem ser bem parecidos ou um pouco abaixo do ano anterior. Em 2016, a produção física chegou a 954 milhões de pares de calçados, representando uma alta de 1,3% sobre 2015 e colocando o Brasil em 4º lugar no ranking global de sapatos, atrás apenas da China, Índia e Vietnã.
Exportação
Já as exportações, no ano passado, resultaram em 127,13 milhões de pares e US$1,09 bilhão em receita, significando uma alta de 9,3% no desempenho. A explicação para o aumento em ritmo superior aos valores exportados, segundo a entrevista ao DCI, está relacionada à variação do preço médio do calçado, que subiu quase US$2 no período. Klein também destacou que o Brasil precisa retomar os volumes de vendas conquistados no passado (cerca de 25% da produção, contra 10%-12% atualmente), mesmo tendo elevado de 100 para 150 o número de países compradores. Os entraves ficam por conta de problemas estruturais que prejudicam as exportações, como logística, carga tributária, custos trabalhistas e excesso de regulamentação.
Ainda segundo a Abicalçados, o nível de ociosidade da indústria deverá encerrar 2017 com um leve declínio frente a 2016, entre 18% e 22%.
Varejo

A Associação Brasileira de Lojistas de Calçados e Artefatos (Ablac) também projeta faturamento 3% a mais para 2018, podendo ser maior, caso as reformas no Congresso avancem. A entidade apontou uma alta de 4,9% no faturamento do comércio calçadista em 2017, mesmo com uma queda de 8,7% no volume comercializado. O motivo foi o aumento de 12,7% no preço médio dos pares de calçados no varejo. Espera-se que o balanço consolidado aponte para cerca de R$54 bilhões em vendas de calçados, no ano passado.