Fim da greve traz reflexão sobre problemas estruturais do setor

A greve dos caminhoneiros terminou oficialmente. O país começa a ser reabastecido e os serviços são retomados. Mas a crise que impactou o Brasil não teve sua única razão no preço do diesel. Ela possui nuances e motivações ‘de base’ que, juntas, reforçam a gravidade da situação que acometeu todos os setores da sociedade nos últimos dias.
É certo que a Lei do Caminhoneiro trouxe mais foco na governança e na segurança jurídica, porém, ainda são necessários bons projetos neste mercado para que os investidores acelerem os investimentos que já começaram a fazer por aqui.
“O transporte no Brasil é muito complexo, o país é muito grande, há muita informalidade”. A afirmação é de Marcelo Fontana, diretor da editora e analista do setor, a OTM, em entrevista à Folha de S. Paulo. Assim como ele, outros especialistas em transporte rodoviário concordam que na raiz da crise que paralisou o país estão esta complexidade e problemas estruturais.
Entre eles:
> A falta de regulamentação para a figura do agenciador (que intermedia o motorista e o cliente) que, muitas vezes, fica com a maior parte do frete;
> A ineficiência no uso do combustível;
> O pouco foco em sustentabilidade;
> A dependência do setor na utilização e variação de custos do diesel;
> O pouco investimento em novas tecnologias que promovam o uso de outros insumos;
> A falta de incentivos, por parte do governo, para o transporte multimodal;
> O atraso na reforma do sistema tributário;
> A falta de investimentos em novos projetos.
Fonte de pesquisa: Folha de S. Paulo
Foto: Joédson Alves | EFE