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Fatos e curiosidades da Revolução Farroupilha


Como todos os levantes, a Guerra dos Farrapos (1835-1845) também tem suas curiosidades, sendo muitas delas pouco difundidas. Começando pelo seu tempo de duração. Teriam sido mesmo necessários 10 anos de luta?

Pois, para quem não sabe, a revolta só durou uma década porque, na verdade, o sistema de luta da ocorreu em forma de guerrilha a cavalo, fazendo com que as batalhas e os processos de tomadas de cidades fossem mais demorados.

Segundo o professor de história e jornalista, Rogério Bastos, a chamada Revolução Farroupilha, em si, aconteceu apenas de 20 de setembro de 1835 a 11 de setembro de 1836. E que depois da proclamação da República Rio-Grandense, a guerra seguiu contra o Império brasileiro.

Outra curiosidade é sobre a dificuldade de identificação dos bravos guerreiros. A história conta que apenas os oficiais usavam uniformes e podiam, portanto, ser identificados. Os outros farroupilhas usavam roupas comuns e, por isso, não eram reconhecidos imediatamente pelas tropas do Império, resultando em vantagem para os gaúchos. Este cenário só foi modificado quando cerca de 12 mil homens foram assentados pelo Império, em vilas e cidades. Com isso, conseguiram diminuir o número de farrapos de 3 mil para homens para 800. A revolução então perdeu força.

Apesar de muitos livros de história insistirem na versão de que o nome ‘farrapos’ ou ‘farroupilhas’ teve origem nas roupas velhas e esfarrapadas vestidas pelos gaúchos, há quem diga que a denominação vem de antes mesmo da Revolução Farroupilha, inspirada nos cidadãos que se reuniam em sociedades secretas, em 1829, para lutar contra o regime monárquico. Uma delas foi a Sociedade dos Amigos Unidos, do Rio de Janeiro. O termo ‘farroupilha’ teria sido uma referência aos revolucionários franceses mais radicais do período da Convenção, de 1792 a 1795, chamados de ‘sans culottes’, que significa ‘sem calção’. Os homens usavam calças de lã listradas, em oposição ao calção curto usado pelos mais ricos.

Outra versão é de que o termo veio das roupas rústicas de um dos líderes da revolução, Cipriano Barata, que costumava circular por Lisboa de forma despojada, usando chapéu de palha.

Alguns pesquisadores acreditam que por não existir, à época, um sistema de informações confiável, é possível que existam distorções sobre o número de farrapos e de soldados do Império mortos durante os combates da Revolução Farroupilha. Não havia uma preocupação em contabilizar esses dados, muito menos em divulgá-los, e, segundo Bastos, houve até uma diminuição, por parte do lado vencedor, do número de mortos da tropa, e um aumento desse número para o lado adversário. O que não se pode discutir é que independentemente de distorções, muita gente morreu lutando por seus ideais.

No Rio Grande do Sul da época, o enfrentamento entre liberais e conservadores era bastante significativo. Os farroupilhas passaram a reunir-se contra os conservadores ‘caramurus’, em partido próprio, em 1832, fundado por Luís José Alpoim. Eles defendiam um regime republicano ou, pelo menos, um regime federativo, em que as províncias tivessem mais autonomia.

Sobre a Revolução Farroupilha

Começou no Rio Grande do Sul e se estendeu até Santa Catarina. Conhecidos como farrapos, os revoltosos defendiam maior autonomia política e econômica para as províncias.

Eles eram a favor de um governo federativo e republicano. Queixavam-se ainda dos altos impostos cobrados sobre o charque, o couro e o trigo, os principais produtos da economia local. Os gaúchos também se sentiam abandonados pelo império. O grande líder do movimento foi o deputado federalista e coronel de milícias Bento Gonçalves da Silva (foto). Ele entrou em Porto Alegre e destituiu o presidente da província, Antônio Fernandes Braga, nomeado pelo governo regencial.

A cidade de Porto Alegre foi retomada por forças imperiais, mas os rebeldes aumentaram o controle das áreas e proclamaram a República Rio-Grandense em 11 de setembro de 1836. A localidade de Piratini foi escolhida como capital.

Pronto para atacar Porto Alegre, Bento Gonçalves foi preso na travessia do rio Jacuí em outubro de 1836 e acabou sendo mandado para a Bahia. Mesmo assim, os rebeldes continuaram a avançar, chegando à cidade de Lages (SC). Gonçalves fugiu da cadeia em abril de 1837 e voltou à região. O movimento não parava de crescer.

Uma expedição capitaneada pelo italiano Giuseppe Garibaldi foi enviada a Laguna, no litoral catarinense, onde seria estabelecida a República Juliana.

O contra-ataque das forças do governo, mais bem equipadas, se iniciou em 1840. Dois anos depois, Luís Alves de Lima e Silva, futuro duque de Caxias, chegou para acabar com a rebelião. Os rebeldes aceitaram o armistício em 28 de fevereiro de 1845.

Fonte: UOL

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