Semana de Combate ao Alcoolismo - A tênue linha entre o alcoolismo e o ‘beber socialmente’

A semana de enfrentamento da doença termina no dia 20/2, com o Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo. Desafio também é conscientizar sobre os limites do alcoolismo. Até quando é possível beber apenas socialmente?
O alcoolismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, afetando 15% da população, a maioria homens jovens, entre 18 e 29 anos. E mais: uma pesquisa do Datafolha, de 2018, apontou que 9% dos idosos também bebem todos os dias, colocando em risco sua saúde e bem-estar.
O problema é tão grave que especialistas em saúde alertam para a necessidade de conscientizar pessoas que estão no limite entre o ‘beber socialmente’ e o uso excessivo da bebida. Nos Estados Unidos, o Instituto Nacional de Saúde (NIH) já iniciou ampla campanha para quem não quer se tornar alcoólatra, por meio de regras simples, como estipular uma dose máxima por dia, evitar beber em casa ou sozinho ou trocar o álcool por água, suco ou refrigerante.
Dados alarmantes
Segundo a OMS, mais de 3 milhões de homens e mulheres morrem todos os anos por uso nocivo de bebidas alcoólicas. De todas as doenças do mundo, 5% são causadas pelo álcool, e 28% das mortes provocadas pelo seu consumo são resultado de lesões, como acidentes de trânsito, por exemplo. Ainda: entre 2000 e 2006, a taxa de óbitos ligada ao consumo da substância cresceu 18%. Neste período, 146.349 mortes foram diretamente relacionadas ao vício, sendo que 64% delas poderiam ter sido evitadas (OMS 2009). A pesquisa nem considerou os dados de homicídios (30%) e acidentes de trânsito (de 40% a 60%) ligados ao consumo excessivo do álcool, mas apenas os casos de doenças crônicas provocadas por ele.
Motivos para beber menos
De acordo com a OMS, não existe volume seguro de álcool a ser consumido, porque ele é tóxico para o organismo humano e pode provocar doenças mentais, câncer, cirrose, risco de infarto, acidente vascular cerebral e diminuição de imunidade, entre outras coisas.
Além de problemas de saúde graves, o uso excessivo de bebida alcoólica aumenta o risco de acidentes, de comportamento violento, conflitos familiares, no trabalho e na escola. Muitas pessoas estão descobrindo as vantagens de consumir menos álcool ou mesmo de eliminá-lo de suas vidas. Acredite! É possível ter vida social com pouco ou nenhum álcool. Confira a seguir alguns benefícios para a sua saúde:
> Redução do colesterol ruim e do peso corporal (álcool engorda), melhorando a pressão arterial e a resistência a infecções;
> Melhoria da qualidade do sono, dos relacionamentos e do desempenho sexual;
> Diminuição do risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis;
Quanto menos bebida, menos seu corpo precisará dela;
> Economia de dinheiro.
Não quero me tornar alcoólatra. O que fazer?
O ideal seria eliminar o álcool totalmente, substituindo-o por sucos ou bebidas saudáveis. Se não puder, comece mudando seus hábitos de consumo. Existem várias estratégias para redução do uso de álcool. A seguir:
> Comece evitando comprar bebidas alcoólicas em grande quantidade e prefira as de baixo teor alcoólico;
> Procure tomar bebidas não alcoólicas entre uma dose e outra, como água, por exemplo;
> Coma antes de beber;
> Não beba próximo ao horário de dormir. Seu sono será afetado;
> Experimente dizer ‘não, obrigado’ quando lhe oferecerem aquela dose a mais, e respeite o ‘não’ dos outros.
Atenção! O alcoolismo é uma doença crônica, grave e deve ser tratado por uma equipe multidisciplinar. Aos primeiros sintomas, procure imediatamente seu médico.
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